Entenda o quão mais resistente é a safira comparada ao Gorilla Glass

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Se você costuma acompanhar as notícias do mundo dos dispositivos mobile deve ter percebido que o Gorilla Glass, o vidro temperado resistente que protege seu celular de arranhões, já é algo antiquado.

Safira é a nova sensação quando se trata de telas e a Apple diz ter planos para adotá-la em seu iPhone 6 — há informações de que a empresa já comprou fornadas o suficiente para fazer 200 milhões de painéis de safira para seu próximo smartphone.

Alguns vídeos já surgiram mostrando como esse vidro é praticamente inquebrável. Mesmo quando dobrado, cortado, derrubado ele permanece intacto. Contudo, mesmo sabendo do quão resistente é a tela de safira, foram feitas poucas comparações diretas dela junto ao Gorilla Glass.

Mas o que é a safira e como é fabricada?

Safira é uma pedra preciosa que naturalmente surge na natureza em várias formas e cores. A safira vermelha na verdade é chamada de rubi e uma safira azul é usada para joalheria. Acontece que ela também surge em forma transparente, e é exatamente esse tipo que é usado nos smartphones.

Mas o que faz dela algo tão especial? A safira é um dos materiais mais resistentes do planeta, marcando 9 pontos na Escala de Mohs, medida que quantifica a dureza dos minerais, perdendo apenas para o diamente, que tem 10 pontos.

Na prática, isso significa que somente materiais feitos de diamante poderiam riscar telas de safira e, a menos que você esteja carregando diamantes em seu bolso, uma tela desse material se manteria completamente livre de arranhões mesmo após meses de uso.

Com uma venda aproximada de 30 milhões de smartphones a cada trimestre, a Apple precisa não apenas garantir suas compras de safira, ela precisa de muito desse elemento. Em vez de extraí-lo de minais brutos e pegá-lo em sua forma pura, é muito mais prático “cultivar” safira sintética em fornalhas.

O processo atual de fabricação é bem interessante e consiste em aquecer fornalhas a temperaturas maiores que 1.800° C para derreter um pedaço de gema do tamanho de um disco de hóquei misturado com óxido de alumínio em pó. O vídeo abaixo tenta ilustrar isso.

Em comparação, o Gorilla Glass é essencialmente um tipo de vidro temperado e, enquanto detalhes sobre seu método de fabricação permanecem secretos, sabemos que o Gorilla Glass é feito a partir de uma folha de vidro mergulhada em um banho de sais. Um material envolve o substrato de vidro, adicionando pressão sobre o vidro. É isso que adiciona um pouco de força ao Gorilla Glass.

O problema com essa camada, porém, é que quando você arranha o filme de 15 mícrons de espessura você danifica o material e libera a tensão. Após acumular alguns desses arranhões, é bem provável que em algum momento, quando o celular cair, você ganhará uma rachadura ao longo da região onde a tela foi arranhada — como aquelas em formato de “teia de aranha” em vários celulares por aí.

Propriedades

Algo precisa ficar claro: por mais resistente que a safira seja a arranhões, ela ainda é um material quebradiço, o que significa que deixar seu futuro celular cair de locais muito altos poderia quebrar a tela.

Já foi dito que a classificação geral da safira (incluindo sua versão sintética) na Escala de Mohs é de 9 pontos — a do vidro convencional é de 5. Na tabela comparativa detalhada exibida abaixo — elaborada pelo site Phone Arena — é possível ver a predominância da safira em praticamente todos os aspectos.

Custos de fabricação

Um grande obstáculo que empresas como a Apple terão que enfrentar com a safira é seu custo muito mais alto do que o vidro ou mesmo o Gorilla Glass. Claro o Glass tem todas aquelas falhas e fragilidades, mas custa cerca de US$ 3 a peça. A safira, por sua vez, costuma custar US$ 25 a peça e somente recentes avanços possibilitaram a queda desse preço para cerca de US$ 10.

A Apple investiu em torno de US$ 700 milhões em uma fábrica em Mesa, no estado do Arizona, EUA, que pode produzir o dobro da capacidade que todas as fornalhas do mundo são capazes de fazer. Nessa escala, o preço da tela touch feita de safira poderia ter um custo muito menor e finalmente chegar a um dos aparelhos mais comumente usado em nossa rotina: o smartphone.

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