Exterminador do Futuro: Gênesis, apesar dos problemas, é diversão garantida

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Estreia neste primeiro fim de semana de julho o quinto filme da franquia Exterminador do Futuro e boa parte da crítica especializada no Brasil e nos Estados Unidos torceu o nariz para o novo título.

Nessa matéria nós defendemos outro veredito: vale a pena, sim, conferir, mas realmente não espere algo tão profundo ou fantástico quanto os dois primeiros filmes da franquia. Aqui o caso é mais de uma diversão descompromissada.

Fonte da imagem: Divulgação/Paramount

Atenção: a partir daqui o texto pode conter spoilers!

Não revelaremos grandes surpresas do filme, mas, se você não quer saber de nada mesmo, sugerimos que volte depois de conferir o longa-metragem nos cinemas.

Roteiro um tanto confuso

Conseguindo a proeza de trazer de volta Arnold Schwarzenegger no seu papel de 31 anos atrás, Exterminador do Futuro: Gênesis infelizmente falha, em alguns momentos, com um enredo um tanto confuso, fruto de uma série de viagens de tempo — e os fãs de ficção sabem que brincar demais com viagem no tempo pode trazer problemas. Provavelmente todo mundo ao sair do filme vai ficar discutindo sobre o que aconteceu, quando aconteceu e por quê. E provavelmente você vai se fazer essas perguntas durante o filme também.

No futuro, em 2029, John Connor lidera uma rebelião contra a Skynet, e a perversa inteligência artificial, acuada, tem um plano B: usar sua última grande arma, um Exterminador (Arnold Schwarzenegger mais jovem) enviado para 1984, para que ele mate Sarah Connor antes de John nascer. Kyle Reese, braço direito de Connor, vai logo depois para este mesmo ano na tentativa de proteger Sarah.

Mas, ao chegar lá, ele encontra uma Sarah totalmente preparada para esta guerra, já que ela foi criada, desde pequena, por outro Exterminador (Arnold Schwarzenegger hoje), que, por sua vez, foi enviado para protegê-la quando pequena de outro Exterminador que tentou matá-la. E isso não é tudo, porque mais viagens no tempo acontecem para o futuro e para o passado no decorrer da trama.

Todas essas viagens geraram novas linhas do tempo e os próprios filmes anteriores da franquia são uma realidade alternativa do que estamos vendo agora. Tudo isso dá um verdadeiro nó na cabeça de quem está assistindo ao filme. E esse infelizmente não é um nó dos bons, do tipo Matrix, em que você pensa: “Esse filme é inteligente demais para mim. Terei que ver de novo até entender”. Na verdade, ele só é um tanto confuso e falho em alguns momentos e é isso o que tem pesado bastante nas críticas negativas.

Trailers contra-atacam novamente

Infelizmente, Exterminador do Futuro: Gênesis foi mais um caso de filme com trailers que estragaram parte da narrativa. Houve quem reclamou, com razão, que as dezenas de trailers de Os Vingadores 2: A Era de Ultron entregaram tanta coisa boa, que, na hora finalmente de ver o filme, toda a animação já tinha sido vivida antes.

Com o novo Exterminador do Futuro foi ainda pior: um grande spoiler foi revelado descaradamente nos vídeos promocionais. Não vamos dizer exatamente o que é — afinal, quem não sabe tem o direito de ter essa surpresa em tela. Caso você queira mesmo saber do que estamos falando, você pode conferir um desses trailers com o spoiler aqui.

Visual que vale a pena conferir numa boa telona

Felizmente, tivemos a oportunidade de conferir Exterminador do Futuro: Gênesis em uma das poucas salas de cinema IMAX do Brasil. Se você tem essa ou outras tecnologias inovadoras na sua cidade, como o Extreme Digital Cinema ou o Macro XE, não dispense ver o filme dessa forma: a imersão proporcionada por uma boa qualidade de tela é uma das melhores experiências deste longa-metragem.

He's back! Fonte da imagem: Divulgação/Paramount

Cenas de ação e explosões ocorrem por toda a parte e são bastante empolgantes — e talvez uma das melhores coisas de Gênesis. Esse é um tipo de filme que você vai ver pelo espetáculo, então vale a pena conferir em boa qualidade.

Mas não espere o mesmo comentário quanto aos efeitos 3D. Aqui nos deparamos com mais um caso de filme que pode ser visto em 2D sem se perder nada: certamente, o recurso poderia ter sido melhor explorado.

Atuações medianas

Com um elenco conhecido de outras produções — Jason Clarke (A Hora Mais Escura), Emilia Clarke (Game of Thrones) e Jai Courtney (Divergente) —, talvez o que tenha se saído melhor seja Jason Clarke no papel de John Connor. Mas ainda assim, não é nada espetacular. Schwarzenegger dispensa comentários: ele sabe sabe ser um bom T-800 em toda a sua inadequação à vida humana e em todo o humor que surge disso.

No entanto, parece que já vimos mais de Emilia Clarke como uma mulher forte em Game of Thrones e é melhor nem compará-la com a Sarah Connor do começo da franquia, Linda Hamilton. Já Jai Courtney está muito melhor em Divergente e Insurgente, e se mostrou o mais fraco neste filme. Talvez porque o papel de vilão lhe caia melhor do que o papel de mocinho apaixonado.

Como já vimos esses mesmos atores em melhores momentos, é de se questionar se os seus personagens é que não oferecem pouco espaço de manobra por um serem um tanto unidimensionais. Quem sabe temos aí mais um problema de roteiro.

Novo bordão e bastante nostalgia

A união de Schwarzenegger e Exterminador do Futuro não podia dar em outra coisa senão em bordões que imortalizaram o ator e a franquia. Sim, ouvimos o “I’ll be back” de que tanto sentimos falta e ganhamos uma nova frase, mais adequada aos dias atuais do astro: “Velho, mas não obsoleto”. No entanto, a frase foi gasta um pouco demais e perdeu logo, logo o seu efeito cômico.

Uma das melhores coisas tanto em Exterminador do Futuro: Gênesis, quanto em Jurassic World, é a exploração de momentos-chaves passados da franquia. Jurassic World fez isso melhor, mas Gênesis ainda consegue aquecer o coração dos fãs saudosos relembrando cenas, personagens e momentos explosivos dos dois primeiros Exterminadores.

O impressionante Arnold mais jovem

Outra grande vitória do filme foi a representação de Schwarzenegger mais jovem, que aparece com um visual mais próximo ao do primeiro filme. Enquanto você assiste, você sabe que aquilo é alguma “bruxaria” da tecnologia e fica maravilhado com o extremo realismo.

Na verdade, foi usada uma equipe inteira para projetar um Schwarzenegger mais jovem totalmente digital, algo que nunca havia sido feito antes com um ator vivo. Essa equipe trabalhou por 12 meses intensivamente para criar as 35 tomadas de cenas que representam cerca de cinco minutos do filme. Dois responsáveis por este efeito espetacular foram Sheldon Stopsack e Janek Sirrs, que usaram como base outros filmes do ator da década de 1980 e 90, como Um Tira no Jardim de Infância, e um documentário de 1977, O Homem dos Músculos de Aço, para recriar o visual do ator.

O dublê Brett Azar e o resultado final nas telas. Fonte da imagem: Reprodução/Entertainment Weekly

Primeiro, foi preciso achar um dublê de corpo para o Arnold de 30 anos atrás e eles encontraram apenas um: Brett Azar, fisiculturista australiano de 27 anos. Depois, foi preciso fazer o rosto digital de Schwarzenegger, tendo cada detalhe reconstruído por uma vasta biblioteca de imagens de Arnold mais jovem. Capturas do rosto atual do astro também foram feitas para dar alguns ajustes. Por fim, foi preciso dar alguns retoques no corpo do dublê, já que o ex-governador da Califórnia tem um físico extremamente único.

Diversão!

Apesar dos seus problemas de roteiro, Exterminador do Futuro: Gênesis ainda é uma boa diversão que vale a pena ser vista nos cinemas. Não é melhor do que os dois primeiros filmes da franquia, mas é uma sequência melhor do que muitas críticas negativas têm levado a crer. O elemento de diversão, com o espetáculo de explosões, cenas de tensão e reviravoltas a todo o momento, deve ser aproveitado — afinal, esse era um dos filmes mais esperados de 2015 e ainda será assunto por um bom tempo. Arnold é Arnold e ele está de volta!

Deixe-se levar pela nostalgia e confira o novo Exterminador do Futuro para ter a sua própria opinião. E depois venha compartilhá-la com a gente nos comentários!

Via Minha Série.

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