O cemitério de baleias no Chile que há 10 anos intriga cientistas

11/11/2021 às 04:002 min de leitura

O Deserto do Atacama, no Chile, está entre os mais áridos do mundo, mas foi lá que, em 2011,  dezenas de fósseis de baleias foram encontrados. Rapidamente, descobriu-se que se tratava de mais de 40 animais, além de diversos outros que, por algum motivo, amontoaram-se no lugar entre 6 e 9 milhões de anos atrás e, simplesmente, morreram.

(Fonte: Instituto Smithsonian/ Reprodução)(Fonte: Instituto Smithsonian/ Reprodução)

O local foi batizado de Cerro Ballena (Colina das Baleias) e é considerado de extrema importância para as investigações científicas sobre o que aconteceu na região no período Mioceno. 

As teorias sobre o cemitério

O cemitério de baleias no Atacama é a descoberta de onde existe a maior concentração desses mamíferos. No entanto, estudar esses fósseis não é nada fácil, mesmo considerando que a grande maioria deles está completa e em perfeito estado.

Uma das maiores dificuldades para se chegar a uma conclusão definitiva sobre o que ocasionou a morte desses grandes animais marinhos é que os pesquisadores sabem pouquíssimas informações sobre como eles viveram ou ainda vivem.

Scanner 3D para analisar os fósseis. (Fonte: Smithsonian/Reprodução)Scanner 3D para analisar os fósseis. (Fonte: Smithsonian/Reprodução)

Até mesmo os estudos mais sólidos já feitos encontraram uma série de complicações. Por exemplo, é quase impossível saber o que as baleias fazem nas profundezas dos oceanos. 

Além disso, quando a Ciência tem a oportunidade de estudar esses animais, geralmente é com base em carcaças que já estão em processo de decomposição há vários dias, o que pode atrapalhar as análises e até fazer que os cientistas cheguem a conclusões incorretas.

No caso de Cerro Ballena, alguns pesquisadores avaliam que, há milhões de anos, pode ter ocorrido um encalhe em massa, que é quando as baleias nadam para águas rasas e morrem nelas. Naquela época, o deserto do Atacama não ficava tão distante do oceano quanto fica hoje.

(Fonte: Instituto Smithsonian/ Reprodução)(Fonte: Instituto Smithsonian/ Reprodução)

Nicholas Pyenson, pesquisador do Smithsonian e que estuda os fósseis desde que foram descobertos, aponta para a possibilidade de a região ter abrigado algo parecido com uma lagoa, que, por algum motivo, ficou isolada do Pacífico. Então, as baleias acabaram mortas quando a água secou ou por algum grande deslizamento de terra.

Morte súbita

Todavia, uma das linhas de pesquisas mais sólidas sugere que a morte em massa dessas baleias ocorreu por meio de uma morte súbita no mar. Aliás, essa também é uma das apostas de Nicholas Pyenson em suas análises. 

As algas oceânicas comuns seriam as culpadas por tamanho desastre há milhões de anos. Segundo essa linha de pesquisa, entre 6 e 9 milhões de anos atrás, esses organismos se desenvolveram abundantemente na região, produzindo uma neurotoxina letal. Uma vez inalada ou ingerida pelos animais, esse composto tóxico levaria à falência dos órgãos, causando uma morte rápida.

(Fonte: Adam Metallo/ Instituto Smithsonian/ Reprodução)(Fonte: Adam Metallo/ Instituto Smithsonian/ Reprodução)

Para os cientistas, a proliferação exagerada de algas foi provocada por um escoamento rico em ferro vindo da Cordilheira dos Andes.

Segundo Pyenson, que também é o autor do principal estudo sobre esse achado, uma pista que sugere a possibilidade do evento citado é que boa parte dos esqueletos de baleias está com a barriga para cima.

De acordo com o pesquisador, assim como as baleias jubarte e azuis que conhecemos hoje, esses animais pré-históricos também tinham uma enorme bolsa na garganta. Então, quando morreram e entraram em decomposição, essa bolsa encheu- se de gás fazendo com que ficassem de barriga para o alto. E é exatamente essa posição que indica que as baleias do Cerro Ballena morreram em alto mar.

No entanto, como os fósseis estão em níveis diferentes, os cientistas acreditam que as mortes aconteceram ao longo de quatro eventos separados, porém parecidos, que ocorreram ao longo de alguns milhares de anos.

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